quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sobre o encontrar

E eu que pensava que todos tínhamos, pré-destinadamente, um encaixe perfeito para nosso molde de sonhos. Acreditava que nascíamos e nos aproximávamos desse encaixe paulatinamente, até que o encontro, ou melhor, a colisão se tornava inevitável. Duas pessoas projetadas e construídas detalhadamente para serem uma pela outra. Um sentimento gigantesco que explodia no peito e transparecia pelo olhar.

É uma travessia no mar agitado da vida em uma noite escura e tempestuosa sobre uma pequena e frágil jangada, sem perspectiva alguma de aporte. Até que ao longe, nota -se um ponto. Uma luz forte o suficiente para abater toda escuridão daquela vida, toda a bruma e dor se discipa, o medo de vagar sem destino é ofuscado pela vontade resoluta de chegar ao farol. A jangada atraca e toda a cólera marítima da vida cessa. Era exatamente isso o que eu pensava sobre o encontro de duas pessoas pré-destinadas.

Era. Já não é. A pré-destinação inata foi substituída ,em minha mente, pela construção. A fôrma talvez não seja exatamente ideal para comportar todo o material. Então lasca-se parte da forma, ou do material, para isso trabalha-se com ferramentas como tempo, paciência, conversa.  Até que os dois possam ser remontados e construídos em um encaixe perfeito. A pré-destinação inexata e indomável de antes parece pura utopia agora. E isso é maravilhosamente bom. Afinal, o que é a vida ,senão um oceano repleto de possibilidades

É, não sei se é nisso que acredito também. Em minha mente, o embate de pensamentos opulentos e pobres me faz sentir que há três justificativas:
talvez seja o acaso,
talvez seja o destino,
talvez seja conjecturas bobas sobre algo que é simplesmente nada.

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